Renascer após o Cancro

Eis que, finalmente, chega o dia da primeira consulta no IPO, todo um processo novo e longo que se inicia… Uma semana parece uma eternidade quando estamos neste processo! Com a consulta chegam novas incertezas. Tenho que repetir os exames para saber mais a pormenor o que me espera  mas de uma coisa tenho a certeza… da cirurgia não me escapo. Estes dias seguintes, têm sido muito angustiantes. Olhar para as miúdas, para o meu pai e não querer fazê-los sofrer antes do tempo, sem saber ao certo que tipo de grau o cancro tem e que sofrimento me espera, deixa-me angustiada, mas por outro lado fico mais descansada por não sofrerem antecipadamente. Apesar de estar rodeada de pessoas, sinto-me SÓ! Tenho me cruzado com pessoas nestes últimos tempos que sei que não foi por acaso. Sei que elas se cruzaram comigo por algum motivo e vou aproveitar esse facto para tirar o maior partido disso! Por vezes a sensação de me sentir INCOMPREENDIDA, revolta! Enquanto espero pelas "cenas...

O "pesadelo" começou em julho, quando numa noite, como tantas as outras, ao retirar o soutien senti dor na mama direita e ao apalpar senti um pequeno nódulo! Já devia de ter ido à consulta anual de ginecologia, mas com tanto trabalho não consegui faltar ao trabalho, por uma hora, para a consulta de rotina. O "problema" é que depois não conseguimos as coisas na hora… Estava a meio de julho e só consegui consulta no inicio de agosto e, nessa altura, a médica, aconselhou fazer ecografia (já é costume fazer todos os anos desde os meus 17 anos para controlo de pequenos quistos na mama esquerda). Altura de férias para a maioria dos portugueses, apenas consegui marcação para setembro. Chegado o dia de efetuar o exame, lá me dirigi à clinica. Expliquei ao médico como tinha descoberto o nódulo e mostrei a ultima ecografia (que tinha sido feita à cerca de ano e meio). O médico ainda "brincou" um pouco comigo, desvalorizando a queixa, até ao momento que come...

O meu nome é Diana e descobri que tinha Cancro da Mama aos 39 anos. Sou mãe de duas meninas, atualmente, com 14 e 9 anos. No dia que recebi a notícia, a 24 de Outubro de 2018, curiosamente no mês que se comemora a luta contra o Cancro da Mama, o meu Mundo desabou… À mente só vinha as perguntas do costume: "Porquê eu?", "O que fiz de mal para que isto me acontecesse?", "E agora?", "Como vou contar às meninas? E ao meu pai?"... entre tantas outras… mas rapidamente me restabeleci. Decidi que tinha de pensar no melhor e que, se os meus pensamentos vão influenciar o meu estado de espírito , iria pensar positivo. Foi aí que comecei a adotar uma postura positiva em relação à doença. Se a doença é um sintoma que o corpo transmite que algo não está bem, e não estive atenta quando cedo me quis transmitir, então agora tenho que tentar perceber qual era a informação que não retive… Quero, com este blogue, poder influenciar, de forma positiva, ...