Como mantenho este aspeto de: "Se não soubesse não diria que estás a passar pelo que estás a passar!" - Parte 2
Desde o momento que soube que iria fazer quimioterapia, decidi que, se a queda de cabelo é um dos efeitos secundários, iria usar peruca.
Confesso que, inicialmente, era por motivos estéticos. Não me imaginava careca! Mas inconscientemente estava lá outro motivo…
Desde que soube que tinha Cancro, nunca quis me sentir uma "coitadinha", nem nunca me vitimizei. Aliás, uma das coisas que aprendi nas formações de desenvolvimento pessoal, foi que a VITIMIZAÇÃO é um ESTADO, do qual não se vai a lado nenhum, apenas serve para nos "enterrarmos". E a posição que tomei, desde o inicio, foi de que iria olhar o "problema" de frente e enfrentá-lo com "unhas e dentes". E porque, mesmo sem querer, o olhar das pessoas acabam por ser de "coitada tem cancro" optei por aparecer o mais saudável possível em público para não me aperceber desse sentimento.
Mas existem mais possibilidades que podemos adotar para que a nossa imagem seja sempre o mais parecido connosco antes da "doença" aparecer. Fazer micropigmentação nas sobrancelhas. Esta já não fui a tempo de fazer, pois tive conhecimento uma semana antes de começar a quimioterapia e corria o risco de chegar o dia e ainda não estar cicatrizado e a médica não dava autorização para avançar com a sessão de quimioterapia.
O cuidado do rosto e corpo também é muito importante. Adotei um protetor solar com cor no rosto (uso 50+ mineral) e para o corpo sem cor.
Como não pude fazer micropigmentação nas sobrancelhas, uso uma sombra para sobrancelhas e o lápis para dar mais cor aos olhos pela falta das pestanas.
O uso de lenços ou turbantes na cabeça é também uma solução. E existem lenços muito bonitos que dão um efeito elegante.
Acima de tudo, temos que nos sentir bem connosco, independentemente do estilo que possamos adotar!
Eu quero abordar, neste artigo, aspetos que mais do que a aparência física, são muito importantes serem trabalhados para que possamos dar a volta nesta "doença" - EMOÇÕES.
Quem me conhece e já teve a oportunidade de falar comigo durante este processo pelo qual estou a passar, já me deve ter ouvido falar que a "doença" não é mais do que um sintoma que o nosso corpo está a transmitir de que algo não está bem connosco. Temos que aprender a "escutar" o que o nosso corpo nos quer transmitir e, para tal, estarmos atento aos sinais que ele vai nos dando. Infelizmente, acontece tantas e tantas vezes, ignorarmos os sinais porque estamos demasiado ocupados para ouvirmos quem é mais importante - NÓS.
As EMOÇÕES são impulsos que temos para agir e enfrentar a vida e dependem da situação e ambiente em que nos encontramos inseridos. São exemplos de emoções a raiva, o medo, a tristeza, a mágoa, a ira, o ódio, a inveja, o ciúme, a paixão, o prazer, o AMOR.
A emoção é um ruído nas nossas vidas, aprisiona e traz consequências - positivas ou negativas de acordo com o tipo de emoção.
Emoções positivas podem ser associadas à obtenção do objetivo e que leva a uma tendência de continuar a ação. Ou seja, quando nos envolvemos em emoções como a esperança, serenidade, paciência, coragem, gentileza, afeição e o amor, o corpo fica livre do stress e assim se torna mais apto a experienciar uma saúde normal.
Já as emoções negativas resultam de problemas com a conquista dos objetivos. Ou seja, emoções como o medo, preocupação, raiva, ciúmes e inveja são prejudiciais para o corpo, aumentando stress, a que levam a uma diminuição da imunidade natural, aumentando a probabilidade de contrair infeções bacterianas, virais e, principalmente, dores musculares.
A pessoa é o balanço dos seus pensamentos. A chave para manter uma vida saudável e livre de dores, doenças e stress é manter as emoções positivas.
Existe uma relação entre cada órgão do nosso corpo com uma emoção específica, ou seja, toda a doença física tem uma emoção correspondente como origem.
Aprendi a RESSIGNIFICAR! Com isto quero dizer, que não precisamos ver só o lado mau do "problema". Cada emoção traz-nos uma mensagem e temos que ser capazes de decifrar a melhor resposta.
A prática do PERDÃO, passou a ser uma constante na minha vida. O perdão pode nos curar, pois quando perdoo liberto-me. Liberto-me, exatamente, no parte onde fiquei presa em determinada situação.
Quando falo em praticar o perdão, não significa apenas algo que EU tivesse feito que me sentisse culpada - NÃO!
Quando me sinto injustiçada, porque alguém me fez ou disse alguma coisa que não gostei, e que estou constantemente a remoer, se não perdoo a pessoa pelo que fez ou disse, estou presa àquele momento e não me permito avançar.
Não preciso de verbalizar, apenas posso, mentalmente, perdoar.
"Perdoa os outros não porque eles merecem perdão, mas porque TU mereces PAZ!"
O hábito da GRATIDÃO, entrou na minha vida de forma diária.
Agradecer tudo aquilo que é normal, passou a fazer parte das minhas rotinas: agradecer por ter acordado, agradecer o sol, a luz, o dia, a noite, a lua, as estrelas, o ar que respiro, as pessoas que me rodeiam, a família, os amigos, o sentir, o ver, o ouvir… é tudo tão natural que por vezes esquecemo-nos de agradecer à natureza!
Se adotarmos estes pontos que abordei: DESVITIMIZAÇÃO, RESSIGNIFICAÇÃO, PERDÃO E GRATIDÃO, podemos viver de forma muito mais saudável e com isso, deixar o nosso corpo livre de "doenças"
"A QUESTÃO NÃO ESTÁ NAQUILO QUE ACONTECE, MAS ESTÁ NAQUILO QUE EU FAÇO COM O QUE ME ACONTECE!"
Beijinhos no 💓
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